O que te faz continuar caminhando, mesmo quando a motivação acaba

Não adianta partirmos para a caçada sem, ao menos, saber o motivo que estamos indo caçar. Qual será a utilidade da nossa caça? Quem iremos alimentar com o que nós iremos trazer de volta para casa?

 

Compreender a motivação que nos fará sair de casa cedo para enfrentar a psicopatia do mundo e todas as vertentes imagináveis do mau-caratismo humano é vital para que nós, lobos, não sejamos as ovelhas de predadores que só querem nos ver no chão. Lembre-se: há quem pague 2000 para não ganharmos 200.

Por isso nosso ponto de partida precisa ser o que te motiva: o que te faz sair da cama todos os dias cedo para ir trabalhar, enfrentar todas as humilhações, vontade de desistir, medos e superar nossa preguiça.

 

Antes de ajudar você nesse tema, quero contar como, depois de 5 anos, descobri a razão que me move:

 

Sou filho único – pelo menos até o momento que escrevi este livro, de um casal com mais de 28 anos de matrimônio. Pela necessidade, meus pais abriram um restaurante no início da década de 90 – inflação a mil, literalmente. Meu pai era cozinheiro – aprendeu a profissão fazendo um curso no antigo hotel-escola Barreira Roxa, minha mãe – dona de casa que aprendeu a cozinhar pela necessidade, apesar de que houveram momentos que, mesmo sabendo, não tinha o que ser cozinhado.

O momento, talvez você deva imaginar, não era dos melhores. Apertos, altos e baixos, mas se mantiveram. Ainda hoje o restaurante existe, quase 3 décadas abrindo de segunda a sábado para almoço, e em um dado momento tínhamos um outro ponto que funciona a noite. Meu pai trabalhava 14 horas por dia, minha mãe, depois do expediente matutino voltava para casa para os afazeres domésticos. Sempre viveram um para o outro e, juntos, para seus clientes.

 

Foi nesse ambiente que cresci: servindo pratos, limpando chão, mesas, lavando louças: cresci sendo educado a servir. Talvez por isso tivemos várias falhas tentativas de ter uma empregada em casa: não tínhamos o hábito de ser servidos.

 

Contudo, nessa época, eu pouco me importava em saber o que talvez você esteja se perguntando que seria o “motivo da minha existência”. Foi quando, vários anos depois, em um grupo de WhatsApp de amigos, cujo nome pode ser inadequado para alguns ouvidos (Sim! Deixarei você na curiosidade, desculpe se é uma mulher rs), como todo bom homem, saí procurando nos membros do grupo as garotas mais bonitas para puxar assunto no privado. Encontrei. Muito bonita por sinal. Puxei assunto e, após alguns dias, ela me ligava todas as noites sempre por volta das 23h30. Chamava-a de “Dama da Meia-noite”. Passei muito tempo nessas ligações, mas nunca me encontrava com ela – não que eu não quisesse (no final deste livro termino essa história sobre ela), mas em uma noite, após ter lido o livro de Simon Sinek (Por que, como motivar pessoas a agir) e precisando descobrir o meu próprio “Porque”, ela me abriu os olhos, aliás, os ouvidos. Me fez apenas 3 simples perguntas, que ao final me fez responder a mim mesmo o motivo que faço as coisas que faço: ajudar as pessoas.

Tudo que faço, faço para ajudar as pessoas. Este livro e esse programa de treinamento são com esse motivo. E eu poderia fazer qualquer outra coisa, me envolver em qualquer outra atividade, mas sempre será para ajudar as pessoas, como quando fui corretor de imóveis: o que eu fazia de fato era ajudar as pessoas a realizarem o sonho da casa própria. E isso era fantástico. Hoje, ajudo as pessoas a se tornarem a melhor versão de si mesmas, a chegarem a um nível jamais chegado antes da vida para realizarem não apenas o sonho da casa própria, mas todo e qualquer sonho. Amanhã posso estar fazendo qualquer outra coisa, mas tenha certeza, será com o mesmo fim ou motivação: ajudar as pessoas a…

 

Contei essa história para você entender que há, dentro de nós, uma razão maior para tudo que fazemos, e precisamos a todo custo descobrir o que nos motiva, o que nos faz enfrentar todas as adversidades para chegar na linha de chegada em primeiro.

(MARKETING DE MATILHA, Siqueira, Jaufran, 2019, p. 12)

Share on whatsapp
Share on facebook
Share on telegram
Share on linkedin
Share on twitter
Share on pinterest